II Workshop Caminhos da Ultradireita na América Latina: análise subnacional comparada

O II Workshop “Caminhos da Ultradireita na América Latina: Análise Subnacional Comparada”, promovido pelo NEPOL, reuniu pesquisadoras e pesquisadores do Brasil e da América Latina para debater as elites políticas e a ascensão da ultradireita em perspectiva comparada. Durante dois dias, o evento integrou reflexões teóricas, metodológicas e empíricas, explorando diferentes formas de compreender quem são as elites, como se formam e como se legitimam.

Renato Perissinoto (UFPR) abriu o encontro discutindo as principais teorias sobre elites e o poder como processo histórico e relacional. Chris Jalles (UFJF) abordou o uso da prosopografia e de abordagens inspiradas em Bourdieu para estudar trajetórias e redes de poder. Nas mesas metodológicas, Telma Hoyler (CEM/USP) tratou da etnografia e da reflexividade no campo; Mateus de Albuquerque (UFPR) apresentou o uso da prosopografia e bases de dados; Débora Tomé (FGV/CEPESP) discutiu entrevistas e estratégias de campo; e Marta Mendes (NEPOL/UFJF) analisou o potencial dos métodos quantitativos no estudo das elites locais.

Na parte empírica, Ángeles Traina e Daniel Cravacuore (UNQ) discutiram elites municipais argentinas e desafios comparativos; Victoria Ortiz de Rozas analisou elites subnacionais na Argentina; e Camila Galetti (UnB) examinou a atuação de mulheres da ultradireita no Congresso brasileiro, destacando redes, discursos e estratégias de legitimação.

O workshop reforçou três eixos centrais: a importância de definir com precisão os conceitos de “elites políticas” e “ultradireita”, a necessidade de articular métodos qualitativos e quantitativos, e o valor das comparações internacionais para compreender as transformações políticas na América Latina. O encontro consolidou o NEPOL como espaço de diálogo interdisciplinar sobre elites, representação e democracia, reafirmando seu compromisso com a produção de conhecimento crítico sobre as direitas contemporâneas.